
Manuel Cargaleiro iniciou o seu percurso nas artes há cerca de oito décadas.
Ganhou gosto pela arte da cerâmica durante uma infância passada perto de uma olaria no Monte da Caparica. Durante a sua longa carreira, além de ceramista, consagrou-se pintor e desenhista.
De Portugal mudou-se para França onde fixou residência em 1957, depois de ter passado por Itália com uma bolsa de estudos. Na década de 1970, o artista expôs uma grande parte das suas obras em numerosas exposições individuais em vários países, bem como diversas exposições coletivas.
Em 1995, Manuel Cargaleiro recebeu o Diploma de Honra da Academia Internacional de Cerâmica, no Festival Internacional de Cerâmica de Cannes.
O Museu Cargaleiro abriu em 2005 no edifício histórico “Solar dos Cavaleiros”, em Castelo Branco. A exposição “Manuel Cargaleiro - Vida e Obra” inaugurada em 2011, apresentou diversas temáticas e incluiu o trabalho do artista desde a década de 1950 até aos dias atuais.
Em 2019, tinha Manuel Cargaleiro 92 anos, o Metro de Paris colocou mais 20 metros de azulejos da sua autoria na Estação dos Campos Elísios, entre o Eliseu e o Grand Palais, a mesma que já estava decorada com a sua obra desde 1995.
Atualmente, com 96 anos, Manuel Cargaleiro continua a trabalhar e pintar todos os dias.
Técnica e obra
A cor desempenha um papel fundamental na harmonização das composições fragmentadas e padrões aglomerados frequentemente representados nas obras de Manuel Cargaleiro. Os tons contrastantes permitem criar impacto visual sem disromper a concordância dos elementos.
A abstração é também uma característica comum aos trabalhos de Cargaleiro, desafiando a perceção do espectador com recurso a combinações inovadoras de diversos elementos visuais. O artista brinca com a simetria e a disposição de formas geométricas nas suas obras, criando regularmente um equilíbrio visual apelativo.
A combinação do uso de técnica mista com a sensação de movimento, potenciada pelo uso de linhas dinâmicas e expressivas, confere às pinturas quase que uma profundidade tátil. As suas obras incorporam muitas vezes elementos da cultura portuguesa, como os azulejos tradicionais, que influenciam e são refletidos na escolha da paletas de cores vivas e padrões.
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